
O primeiro estudo sobre a viabilidade econômica do gás natural na bacia sedimentar do rio São Francisco revelou uma reserva bastante significativa, que abre perspectivas para uma nova fronteira exploratória terrestre no País, anunciou ontem o consórcio responsável pela exploração na área.
O consórcio Cobasf - que reúne a estatal Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas (Codemig), a Orteng, a Delp e a Imetame - informou que estudos conduzidos pela Schlumberger, gigante internacional prestadora de serviços na área petrolífera, apontaram para um volume estimado entre 17,5 bilhões e 194,6 bilhões de metros cúbicos de gás natural.
O consórcio Cobasf foi responsável pelo primeiro poço perfurado na região, no ano passado, no município de Morada Nova de Minas, na região do Alto São Francisco, a 280 quilômetros de Belo Horizonte.

Ricardo Vinhas, diretor comercial da Orteng - empresa operadora do empreendimento -, calcula que a produção diária poderá ser de 7 a 8 milhões de metros cúbicos, o que representa entre 20% e 25% da capacidade de transporte do Gasoduto Brasil-Bolívia (30 milhões de metros cúbicos/dia).
A expectativa do Cobasf é que a produção comece em dois ou três anos. Não há definição sobre a utilização do gás, mas são vários os aproveitamentos possíveis, segundo o subsecretário de Estado de Política Mineral e Energética, Paulo Sérgio Machado Ribeiro: combustível, aplicações térmicas, insumo petroquímico, produção de fertilizantes agrícolas (amônia e ureia) e como redutor nas aciarias de ferro da região norte do Estado.
Para Robson Braga Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Orteng, o estudo revela uma nova fronteira de exploração no País. 'Há grande potencial de exploração de gás natural, com uma nova fronteira e muitas perspectivas boas tanto para Minas Gerais como para a região', afirmou ao Estado.

O anúncio foi feito em conjunto pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) e por representantes do consórcio no Palácio Tiradentes. 'É uma verdadeira revolução econômica', afirmou o governador. 'Passamos a ter a confirmação absoluta que a reserva de gás da bacia do São Francisco é economicamente viável', disse Anastasia. Segundo ele, a descoberta sinaliza que Minas Gerais terá outra grande indústria, de gás, numa região do Estado que ainda sofre com muitos fatores de desigualdade.

Atualizado: 23/6/2011 0:43
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